A imprensa on-line vai extinguir com a mídia impressa?
Outro dia estava navegando na internet, fazendo algumas pesquisas, vasculhando alguns sites de grandes jornais, e encontrei alguns blogs independentes e outros interligados aos mesmos grandes jornais, mas talvez menos tendenciosos à posição política.
Fui bombardeada por uma gama de informações sobre os acontecimentos daquele dia que estava indo embora. Nos sites daqueles jornais, as mais variadas notícias de acontecimentos recentes, matérias inteiras sobre todos os assuntos; de política à cultura (cultura útil e inútil), passando pelas seções de economia e policial.
Interessante, e pessoalmente confesso muito mais gostoso, os blogs, independentes ou não, abordavam os mesmos assuntos, com a mesma atualidade, e talvez ainda mais; muitos assuntos já vinham sendo discutidos (e amadurecidos) mesmo antes de serem sequer citados pela imprensa tradicional.
Li muita coisa, postei alguns comentários, guardei algumas matérias para pesquisas futuras, e dei continuidade à pesquisa específica a qual havia me impulsionado a acessar à internet.
No dia seguinte, como de praxe, passei no jornaleiro e comprei o jornal, seguindo as orientações dos professores: “sempre leia jornais, é a melhor maneira de se manter atualizado, afinal só escreve bem quem lê bastante.” É claro que concordo com eles, e não é esse o ponto em discussão, o fato é que comecei a ler o jornal e percebi que ele era do dia anterior. Voltei à banca e pedi ao jornaleiro, já meu conhecido, que me desse o jornal do dia e parasse de ‘trotes’. Ele riu e disse que era eu quem havia brincado.
Só então atentei para a data impressa no jornal, era realmente daquele dia! E eu, agora me sentindo uma vidente, quase pude ler os números da mega-sena, afinal tudo o que eu lia ali já era velho e ultrapassado. Todas aquelas notícias já haviam sido recebidas na minha cabeça, e mais, já haviam sido decodificadas e recodificadas; de tal maneira que ler apenas aquelas notas e textos era quase tedioso; não fosse pelo fato de só aguçar ainda mais minha velha mania de criticar.
Tamanha minha surpresa, (afinal essa era minha primeira dose de “imprensa de blogosfera”; e tenho tomado todo cuidado para não me tornar viciada, apesar de ter certeza que de nada irá adiantar) que passei o dia com a cabeça fervilhando para escrever e avaliar: Será que, quando nossa geração que hoje tem entre 20 e 25 anos de idade, for a sociedade culturalmente pensante do país com seus 40/45 anos, nós que já somos viciados na mídia on-line e seremos ainda mais, já não teríamos dado fim na mídia impressa? Assim como, hoje em dia, as pessoas já não ligam mais o rádio para saber das notícias, mas para se distrair/abstrair, será que “o papel do jornal de papel” continuará sendo o mesmo?
Hoje, o ritmo ditado pela globalização, já não dá a todos a ‘mordomia’ de parar por meia hora (sem apologias!) para ler um jornal. Mas sim, no momento em que você precisa ler um e-mail ou fazer uma pesquisa, você é acessado pela mídia on. Para quem trabalha com PC o dia todo, é instantâneo.
Acredito numa nova utilidade que será dada ao jornal impresso. Modificada. A extinção (á longo prazo) é possível (mas não sou capaz de calcular a probabilidade) poderá até vir a acontecer, mas irá depender da publicidade/propaganda. Mas esse é um outro tema...
Danúbia Silva de Almeida
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